Pages

quarta-feira, setembro 20, 2006

Pessoas com necessidades especiais

Refletindo um pouco sobre as pessoas com necessidades especiais, penso que antes de serem "especiais", são pessoas com todo os direitos do ser humano. Portanto a "especialidade" ou "excepcionalidade" vem em segundo plano. Todavia, é preciso lembrar que se trata de pessoas diferentes, e isto exige, que a sociedade como um todo, se ajuste a essas diferenças oportunizando a elas o direito ao lazer, educação de qualidade, saúde e trabalho. As pessoas com deficiência (física, auditiva, visual ou mental) têm dificuldades que limitam sua capacidade de interagir com o mundo, mas não as impedem de se desenvolverem e exercerem sua cidadania. Se os sistemas educacionais romperem com o paradgma educacional do qual tratam com discriminação os alunos especiais, e começarem a tratá-los como sujeitos de seus prórios precessos, continuaremos a ter pessoas limitadas pelas suas necessidades, porém capazes de construir seus conhecimentos e seus caminhos. Pelas dificuldades e atrasos que as pessoas com necessidades especiais frequentemente apresentam em seu desenvolvimento global, é vital oferecer-lhe um ambiente de aprendizagem que os ajude a abandonar a postura paciva de receptores de conhecimento. Um ambiente onde sejam valorizados e estimulados em sua criatividade e iniciativa, possibilitando uma maior interação com as pessoas e com o meio em que vivem, partindo não de suas limitações e dificuldades, mas dando ênfase ao potencial de desenvolvimento que cada um trás em si. A força de vontade que observei em uma professora cega, que trabalha em uma escola para pessoas com necessidades especiais,(ADVIR), me surpreendeu e me fez pensar sobre alguns valores e como eles decodificam o mundo. Ministrando um curso à distância para professores da educação básica, cuja parte do conteúdo era passado pela TV, tive duas cursistas cegas que participaram ativamente de todas as atividades. Fiquei surpresa com a clareza de seus pensamentos quando da participação nos debates. A impressão que tive foi que elas assimilaram o conteúdo , em parte, mais facilmente que os demais colegas. Outra surpresa quando levei uma delas ao ponte de ônibus e ela me perguntou ao sairmos da sala: "Está chovendo professora? o dia hoje estava tão feio! Mais adiante ela me disse: "professora, daqui em diante vou sozinha", e eu na minha ignorância falei: não, eu te levo, já é tarde, é perigoso. Ela respondeu: "não professora, eu sei me guiar. Por exemplo, nós estamos paradas em cima de uma entrada de carro", apontando com sua verinha. Fiquei espantada pois não havia percebido o desnível na calçada. Creio que estas pessoas fazem uma leitura mais detalhado do mundo que nos cerca.

domingo, setembro 17, 2006

A CONDIÇÃO HUMANA

Um dos livros mais interessantes que estou relendo intitula-se The Web of Life - A New Scientific Understanding of living Systems -Fritjof Capra, ed. Cultrix, 1996.
A Teia da Vida, entre tantas explanações maravilhosas, na página 229 fala sobre A Condição Humana.
"Os seres humanos evoluiram a partir dos macacos do sul que caminhavam eretos por volta de dois milhões de anos atrás. A transição de macacos para seres humanos, como aprendemos, foi acionada por dois desenvolvimentos ditintos: o desamparo de bebês nascidos prematuramente, os quais requeriam famílias e comunidades que lhes dessem apoio, e a liberdade das mãos para fazer e para usar ferramentas, que estimularam o crescimento do cérebro e podem ter contribuido para a evolução da linguagem...
O papel crucial da linguagem na evolução humana não foi a capacidade de trocar idéias, mas o aumento da capacidade de cooperar.
À medida que a diversidade e a riqueza das nossas relações humanas aumentavam, nossa humanidade - nossa linguagem, nossa arte, nosso pensamento e nossa cultura - se desenvolviam. Ao mesmo tempo, desenvolvemos a capacidade do pensamento abstato, a capacidade para criar um mundo interior de conceitos, de objetos e de imagens de nós mesmos. Gradualmente, à medida que esse mundo interior se tornava cada vez mais diversificado e complexo, começamos a perder contato com a natureza e a nos transformar em personalidades cada vez mais fragmentadas.
Desse modo, surgiu a tensão entre totalidade e fragmentação, entre corpo e alma, que tem sido identificada como a essência da condição humana por poetas, filósofos e místicos ao longo dos séculos. A consciência humana criou não apenas as pinturas rupestres de Chauvet, o Bhagavad Gita, os Concertos de Brandenburgo e a Teoria da Relatividade, mas também a escravidão, a queima das bruxas, o Holocausto e o bombardeamento de Hiroxima.
Dentre todas as espécies, somos a única que mata seus semelhantes em nome da religião, do mercado livre, do patriotismo e de outras idéias abstratas".
Pergunto a você que lê esta minha página:
Diante das atrocidades cometidas em nome de um messias, que diariamente assistimos pela TV, como será que um deles, Jesus Cristo, se manifestaria?
Na Bíblia está registrado que este Jesus um dia retornará. Muitos são os que aguardam esta nova vinda gloriosa.
Sabe o que eu penso sobre essa hipotética segunda vinda de Jesus Cristo?
A primeiríssima coisa que ele determinaria seria a extinção de todas as religiões!
Concorda?

Auto-avaliação



Analisando os conceitos que me foram atribuídos nesta segunda avaliação, vejo que venho correspondendo satisfatoriamente nas diversas atividades desenvolvidas neste curso. Este fato, por certo, indica que nossos orientadores foram precisos em seus diagnósticos, o que refletiu melhorias em meu desempenho. Meu esforço se concentrou, entre outros, em revisar e aprimorar os pontos fracos registrados em minha primeira avaliação, em especial, na apresentação do PA. Graças à diligência de nossos orientadores e a maneira como este curso é ministrado, somos desafiados a sempre produzir de modo criativo e eficaz, o que é melhor: esse desejo brota espontaneamente a cada comentário recebido. Sendo assim, tenho investido esforços para alimentar o PA com informações consistentes e de bom conteúdo, Procurado registrar no blog textos interessantes e instigadores, buscando interagir com os colegas, colaborei com o trabalho de dois grupos analisando com responsabilidade o conteúdo dos PA´s, sugeri caminhos e levantei hipóteses, além de fazer-me presente constantemente nos fóruns contribuindo com comentários reflexivos. Procuro fazer-me presente nas tarefas com pontualidade e qualidade. Finalmente concluo que o método empregado em nossa avaliação tende a diagnosticar não apenas nossos avanços conceituais em atividades pontuais, mas principalmente em como estruturamos nossa busca pelo conhecimento. Nota-se claramente que existe coerência entre a metodologia utilizada em nossa avaliação com os pressupostos teóricos que alicerçam este curso. O exercício da auto-avaliação possibilíta-nos, holisticamente, ter consciência de todo o processo de nossa aprendizagem. A autocrítica nos ajuda a rever os rumos tomados, nossos avanços e retrocessos e assim fazer e refazer novos caminhos.

domingo, setembro 10, 2006

Projeto de Aprendizagem



Faz algum tempo que não escrevo neste espaço, minha atenção esteve voltada para meu PA. Foi um trabalho gratificante e motivador. Cheguei à conclusão que as razões que levam algumas pessoas a usarem substâncias psicotrópicas é uma questão muito mais complexa do que inicialmente imaginava. Longe de esgotar o assunto, avalio meu trabalho como sendo um grande avanço em relação ao conhecimento que acumulava há meros três meses.
Assimilei um novo modo de aprender, constatei na prática a eficácia de se trabalhar com um PA. Formular questões, buscar justificativas, coordenar informações, mapear conceitos, interagir com professores e colegas , manipular ferramentas eletrônicas de aprendizagem, pesquisar na web, entre outras, são atividades que nos fazem sentir neocientistas, capazes de iniciar a fascinante aventura da construção do próprio conhecimento.
Como Piaget comprovou na nova ciência que criou, a Epistemologia Genética, o sujeito humano é um projeto a ser construido, camada sobre camada. Assim também se deu comigo: dia após dia, no decorrer de minhas pesquisas e interações, sentia que minhas dúvidas temporárias mudavam para novas certezas provisórias.
Sabemos pela botânica, que para determinar a idade de uma árvore basta contar os anéis de seu tronco. Cada anel correnponde a um ano de sua vida. Essa vida pode ser traduzida pela interpretação desses anéis: invernos longos e rigorosos, queimadas, alimento farto, etc.
Um grande pinheiro tem uma longa história, múltiplos anéis, muitas camadas de conhecimento.
Analogamente, penso que estar diante de um sábio é como deparar-se com uma grande árvore, cuja sombra nos conforta e cujos frutos nos alimentam.