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domingo, novembro 26, 2006

"NÃO CONSIGO FICAR SEM GRITAR"

Outro dia durante o Jornal do Almoço foi abordado uma questão polêmica: o barulho, acima do permitido, proporcionado por uma escola de primeiro grau para alunos de classe média de Florianópolis.
Entrevistado, um morador vizinho queixava-se de males que sofria decorrentes do barulho imposto pela escola. A diretora do estabelecimento, por sua vez, defendeu-se argumentando que o nível de ruídos estaria abaixo dos 65 decibéis regulamentados no código civil. A repórter munida de um decibelímetro (aparelho que registra a altura dos sons) constatou que naquele momento (era hora da pausa) o aparelho registrava quase 80 decibéis.
Entrevistaram então uma criança: “Por que vocês gostam de fazer barulho”?
Resposta: “A diretora até que pede mais silêncio, mas não consigo ficar sem gritar”.
Os gritos incontidos das crianças na hora da pausa teriam algo a nos dizer?
Por que o ato de gritar as fazem sentir-se melhor?
Quais ansiedades as acometem? O ato de aprender numa escola regular deixam os alunos angustiados? Teriam os professores a incumbência de promover um estado de paz interior em seus alunos. Teriam talento ou capacidade suficientes? Talvez nós professores devêssemos todos ser mestres zen. Ou maestros talentosos para saber como baixar a adrenalina de uma turminha cheia de energia.
Ou ainda, talvez mudar o método de ensino.
Nos tempos de cursinho pré-vestibular lembro-me de uma estratégia empregada pelos professores: Ao iniciar a aula eles contavam um piada das mais picantes que fazia todo mundo gritar, inclusive eles próprios. Após alguns minutos de euforia o ritmo desacelerava e a aula transcorria na mais profunda paz.
FIMOSE: Finalidade, Motivação, Sentido. Trabalhando dentro da realidade do aluno, com aquilo que ele deseja aprender e dando um sentido para aquilo que ele faz parece ser uma boa estratégia.
Nesse enfoque, trabalhar com Projetos de Aprendizagem pode ser uma ótima opção.

1 comentários:

Beatriz disse...

Suênia, realmente esse é um complicador na sala de aula. Acontece que o mundo todo está mais barulhento e os hábitos mudaram. As crianças hoje contínuo. Será que os lares se preocupam em ter um local e um tempo calmo para seus filhos estudarem? Eu vejo que não. A maioria das minhas observações são crianças fazendo tema na mesa da cozinha, o resto da familia conversando, brigando, falando alto, um som a todo o volume seja da TV ou de um rádio ou de um aparelho de som. O som ambiente aumentou na rua e tudo isso nos obriga adalar mais alto e qto mais alto mais os outros precisam gritar para tb serem ouvidos, gerando uma irritação que nem se dão conta. Temos mesmo que buscar técnicas que tranquilizem os alunos. Esses dias, meus alunos , em um encontro presencial, estavam tão inquietos e tão cheios de energia que não conseguiam me ouvir literalmente. Tive que apelar para uma pausa demorada até que todos se acalmasses. E eramn adultos, mas todos submetidos a uma rotina estressante.
Um abraço
Bea