Refletindo um pouco sobre as pessoas com necessidades especiais, penso que antes de serem "especiais", são pessoas com todo os direitos do ser humano. Portanto a "especialidade" ou "excepcionalidade" vem em segundo plano. Todavia, é preciso lembrar que se trata de pessoas diferentes, e isto exige, que a sociedade como um todo, se ajuste a essas diferenças oportunizando a elas o direito ao lazer, educação de qualidade, saúde e trabalho. As pessoas com deficiência (física, auditiva, visual ou mental) têm dificuldades que limitam sua capacidade de interagir com o mundo, mas não as impedem de se desenvolverem e exercerem sua cidadania. Se os sistemas educacionais romperem com o paradgma educacional do qual tratam com discriminação os alunos especiais, e começarem a tratá-los como sujeitos de seus prórios precessos, continuaremos a ter pessoas limitadas pelas suas necessidades, porém capazes de construir seus conhecimentos e seus caminhos. Pelas dificuldades e atrasos que as pessoas com necessidades especiais frequentemente apresentam em seu desenvolvimento global, é vital oferecer-lhe um ambiente de aprendizagem que os ajude a abandonar a postura paciva de receptores de conhecimento. Um ambiente onde sejam valorizados e estimulados em sua criatividade e iniciativa, possibilitando uma maior interação com as pessoas e com o meio em que vivem, partindo não de suas limitações e dificuldades, mas dando ênfase ao potencial de desenvolvimento que cada um trás em si. A força de vontade que observei em uma professora cega, que trabalha em uma escola para pessoas com necessidades especiais,(ADVIR), me surpreendeu e me fez pensar sobre alguns valores e como eles decodificam o mundo. Ministrando um curso à distância para professores da educação básica, cuja parte do conteúdo era passado pela TV, tive duas cursistas cegas que participaram ativamente de todas as atividades. Fiquei surpresa com a clareza de seus pensamentos quando da participação nos debates. A impressão que tive foi que elas assimilaram o conteúdo , em parte, mais facilmente que os demais colegas. Outra surpresa quando levei uma delas ao ponte de ônibus e ela me perguntou ao sairmos da sala: "Está chovendo professora? o dia hoje estava tão feio! Mais adiante ela me disse: "professora, daqui em diante vou sozinha", e eu na minha ignorância falei: não, eu te levo, já é tarde, é perigoso. Ela respondeu: "não professora, eu sei me guiar. Por exemplo, nós estamos paradas em cima de uma entrada de carro", apontando com sua verinha. Fiquei espantada pois não havia percebido o desnível na calçada. Creio que estas pessoas fazem uma leitura mais detalhado do mundo que nos cerca.
1 comentários:
Nossa Suênia! Schow de Bola o seu trabalho e suas reflexões são muito bacanas, gosto desse assunto, fiz um curso este ano sobre inclusão o que me clareou muito a forma de pensar sobre o assunto. TUDO DE BOM...
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